sábado, 10 de maio de 2014
Proteja-me - Juliette Fay
Sinopse:
Quatro meses após a morte do marido, Janie LaMarche continua tomada pela dor e pela raiva. Seu luto é interrompido, no entanto, pela chegada inesperada de um construtor com um contrato em mãos para a obra de uma varanda em sua casa. Surpresa, Janie descobre que a varanda era para ser um presente de seu marido — tornando-se, agora, seu último agrado para ela.
Conforme Janie permite, relutantemente, que a construção comece, ela se apega aos assuntos paralelos à sua tristeza: cuidando de seus dois filhos de forma violentamente protetora, ignorando amigos e família e se afundando em um sentimento de ira do qual não consegue se livrar. Mesmo assim, o isolamento autoimposto de Janie é quebrado por um grupo de intervenções inconvenientes: sua tia faladeira e possessiva, sua vizinha mandona, seu primo fofinho e até Tug, o empreiteiro.
Quando a varanda vai tomando forma, Janie descobre que o território desconhecido do futuro fica melhor com a ajuda dos outros. Até daqueles com os quais menos esperamos contar.
Minha Opinião:
Proteja-me de Juliette Fay, fala sobre o luto e a perda de quem se ama e como passar por esse processo de aceitação e de aprender a seguir em frente com a ajuda da família, amigos e aqueles que lhe amam pode tornar essa carga de tristeza, raiva e dor um pouco mais leve. E acompanhar essa jornada da protagonista, Janie, em busca de recuperar o sentido da vida, a esperança no futuro e a paz de espírito, é, além de emocionante, uma lição de vida.
Eu tinha uma impressão errada sobre esse livro, pensava: "Ah, mais um drama sobre morte e como superar a perda e tal." Quando escolhi ele pra ler: "Vou ler agora e chorar um bocado." Resultado: ele me surpreendeu totalmente (pelo lado positivo)!!! *-*
Não é só um livro sobre luto e como superá-lo, é isso também, mas o diferencial dele é a forma em que a autora trata o assunto; a Janie sofre e muito e tem seus momentos de depressão, mas ela encara tudo, a maior parte do tempo, com muita raiva e sarcasmo, se comportando de maneira detestável com a família e com todos aqueles que querem ajudá-la de algum jeito tanto a seguir em frente como a resolver os problemas que vão aparecendo e ela não dá nenhuma abertura para isso.
Eu, sinceramente, achei que ia odiar a personagem, porque, apesar de estar sofrendo, ela não tinha o direito de ser tão insuportável com quem só tinha as melhores intenções em auxiliá-la e apoiá-la; os outros não tinham culpa do que aconteceu e não era justo descontar o sofrimento em quem não merecia. Mas ao mesmo tempo, o livro é tão bem escrito, que eu consegui não só entender - não digo aprovar, mas entender - o que se passava pela cabeça da personagem, via que ela não queria fazer aquilo intencionalmente só que a raiva era tanta que ela se revoltava e acabava fazendo e principalmente, acho que o que me fez não detestar a Janie foi o humor do livro. Sim, por incrível que pareça, devido ao tema, a história tem bastante humor. Mas você pode estar pensando: "Mas humor? Num livro sobre morte? Isso é um desrespeito com o tema, não?" E eu digo: não por causa da forma em que a autora coloca esse humor durante o livro. É tão bem desenvolvido e esses momentos divertidos - chamemos assim, porque eles não chegam a serem propriamente engraçados, no sentido de arrancar risadas - são tão bem encaixados e justificados na trama que ela acaba ficando até leve, eles aliviam todo o livro do clima pesado que o assunto traz sem com que se transforme em algo leviano e acho que foi essa a intenção da autora ao colocá-los em Proteja-me, e se foi, foi muito bem sucedida porque deu certo.
Me diverti com vários pensamentos e atitudes da Janie, principalmente quando ela interagia com a família, que é ótima (tirando a mãe dela rs), com a vizinha, a mãe do amiguinho do filho dela e com o empreiteiro responsável pela construção da varanda. E também me emocionei (cheguei a chorar num trecho perto do final que fala sobre perdão que foi completamente lindo, foi o momento mais forte do livro). Foi muito bonito acompanhar esse processo de como ela começa a se abrir pra vida e deixar aqueles que se importam e a amam participarem da sua vida, entrarem no seu coração e ajudarem a curá-lo do sofrimento, mesmo que a saudade sempre esteja presente.
Se você quiser ler um drama sobre o assunto, eu considero esse um muito bom. Foi uma excelente surpresa.
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